

INTRODUÇÃO
Nenhuma mulher deveria enfrentar a violência sozinha.
Foi com essa certeza que, em 2016, criamos o Mapa do Acolhimento, um movimento que se tornou uma organização para garantir que mulheres sobreviventes tenham acesso à ajuda que precisam para sair dessa espiral de dor e violência. O que começou como uma campanha emergencial se transformou em uma grande e robusta rede de solidariedade, sustentada por voluntárias comprometidas, uma equipe formada apenas por mulheres, doadores e parceiros que acreditam nesta causa e ativistas mobilizadas que dedicam seu tempo e conhecimento para acolher, orientar e fortalecer mulheres que buscam um recomeço.
Não é novidade que vivemos em um cenário crítico no nosso país, com feminicídios crescentes e a violência contra as mulheres em constante renovação. Em uma cultura ainda assustadoramente machista, sabemos também que muitas sequer conseguem enxergar a violência que estão sofrendo. Por esse motivo, compreendemos que, além de oferecer uma resposta direta e imediata, precisamos também de uma mudança sistêmica e muito maior que nós mesmas. O passado nos mostra, através de marcos históricos como a elaboração da Lei Maria da Penha e a Carta da Mulher Brasileira aos Constituintes, que essa mudança só será possível por meio da cooperação entre a sociedade civil e o Estado.




Hoje, nossa atuação se organiza em três principais frentes programáticas. A Provisão de Serviços, conectando mulheres a psicólogas e advogadas voluntárias, garantindo um atendimento sensível e qualificado; a Cooperação com Governos, que atua para fortalecer os serviços e políticas para mulheres, promovendo formações e articulando estratégias para melhorar o atendimento às sobreviventes; e a área de Mobilização, engajando mais pessoas na causa, ampliando o debate público, criando campanhas e fortalecendo redes de apoio para transformar a realidade da violência de gênero no nosso país.
Somos uma organização feita por mulheres e, todos os dias, lidamos com a violência que atravessa nossas vidas e corpos. Lidar com histórias que refletem nossas dores não é fácil. Mas seguimos porque sabemos que a transformação só acontece quando nos recusamos a aceitar o silêncio que nos é imposto. Cada atendimento realizado, cada vínculo fortalecido e cada avanço conquistado é um pequeno passo em direção à mudança que queremos ver no mundo.




O ano de 2024 foi de muito orgulho da equipe e do vínculo criado com as comunidades que fazem o Mapa do Acolhimento acontecer: sobreviventes, voluntárias, multiplicadoras, secretárias estaduais, organizações parceiras. Estar à frente de uma organização como essa, trabalhando para um propósito incansável de impedir que mulheres sofram feminicídios é muito desafiador, mas estar lado a lado com a confiança e o compromisso de mulheres que compreendem as estruturas que sustentam o patriarcado e o racismo no Brasil e lutam constantemente para transformar essa realidade é reconfortante. Reconfortante, porque nos traz esperança, todos os dias, de um país livre de violências.


Recado da Diretoria
O ano de 2024 foi de muito orgulho da equipe e do vínculo criado com as comunidades que fazem o Mapa do Acolhimento acontecer: sobreviventes, voluntárias, multiplicadoras, secretárias estaduais, organizações parceiras. Estar à frente de uma organização como essa, trabalhando para um propósito incansável de impedir que mulheres sofram feminicídios é muito desafiador, mas estar lado a lado com a confiança e o compromisso de mulheres que compreendem as estruturas que sustentam o patriarcado e o racismo no Brasil e lutam constantemente para transformar essa realidade é reconfortante. Reconfortante, porque me traz esperança, todos os dias, de um país livre de violências.
Recado da Diretoria


Enrica Duncan
Diretora Executiva
Ana El Kadri
Diretora de Programas

Provisão de Serviços
A área de Provisão de Serviços é o coração do Mapa do Acolhimento - e onde tudo começou.
Iniciamos esse projeto, hoje uma organização, a partir da inquietação com algo que está longe de cessar: o cenário ameaçador ao qual as mulheres do nosso país estão expostas. Ano após ano, os índices das diferentes formas de violência contra as mulheres só aumentam. Mas, se a violência se renova, nós também nos empenhamos para sofisticar nossas estratégias de enfrentamento, oferecendo suporte, acolhimento e esperança.


Nosso objetivo contínuo é aumentar o número de atendimentos oferecidos, para que mais mulheres encontrem um atendimento ético, humanizado, que considere suas particularidades — um espaço seguro em que elas possam, junto das profissionais, construir saídas que legitimem sua autonomia.
Ao mesmo tempo, temos nos dedicado também a aperfeiçoar nossas metodologias. Queremos oferecer uma experiência cada vez mais qualificada para nossas acolhidas e profissionais voluntárias, proporcionando satisfação, segurança, pertencimento e personalização.

Em 2024, realizamos mudanças significativas na forma como conectamos as psicólogas e advogadas que fazem parte da nossa rede de voluntárias às mulheres que solicitam atendimento. Até então, contávamos com uma solução tecnológica que fazia essa conexão de forma automática, mas ainda com limitações, considerando apenas o tipo de atendimento desejado (psicológico ou jurídico) e uma distância ideal de até 20km.

Depois de longas reflexões e muita dedicação da equipe, desenvolvemos novas tecnologias para fazer esse match de maneira otimizada, priorizando a conexão entre mulheres do mesmo território, expandindo a busca nos casos em que não há uma voluntária tão perto, e buscando diariamente por voluntárias para mulheres que entram na fila de espera. Dessa forma, adicionamos à essa equação alguns fatores essenciais para um bom atendimento, como o baixo tempo de espera e a possibilidade de conexão com uma profissional que compreenda o contexto territorial no qual a acolhida está inserida.

"A ajuda psicológica que recebi me auxiliou a deixar para trás um sofrimento e uma época muito triste da minha vida. Graças a isso, eu consegui seguir em frente e ver caminhos que não via."
- N., mulher acolhida por meio do Mapa do Acolhimento


As voluntárias são a força vital do Mapa do Acolhimento.
São elas que, com dedicação, sensibilidade e profissionalismo, estão na ponta, oferecendo suporte psicológico e jurídico a mulheres que enfrentam a violência. Cada atendimento realizado, cada escuta acolhedora e cada orientação jurídica fornecida representam não apenas o seu compromisso com a causa, mas sua disposição para construir em conjunto, acolhendo também umas às outras, uma rede solidária que transforma vidas. Sem o tempo, a expertise e a entrega dessas profissionais, nosso trabalho não alcançaria tantas mulheres em busca de um recomeço com autonomia e dignidade.


Quando falamos em aprimoramento das metodologias de atendimento, compreendemos que esse processo só faz sentido se construído em conjunto com as psicólogas e advogadas da nossa rede. Por isso, mantemos viva a prática de realizar encontros periódicos de discussão de caso com nossas voluntárias, criando espaços seguros para troca de experiências, reflexões e aprendizado contínuo. Esses encontros, chamados de Plantões de Atendimento de Voluntárias (ou só PAV, para as íntimas!), são fundamentais para garantir o alinhamento e a qualidade do acolhimento oferecido, pois permitem que as participantes compartilhem desafios, avaliem abordagens e aprofundem seus conhecimentos sobre as complexidades da violência de gênero.

“Através dos encontros pude me aproximar mais das voluntárias e de outras mulheres que contribuem com nossa rede. Essas experiências e essa aproximação concretizaram a importância e potência do nosso trabalho diário! Fui muito feliz!”
- Isabella Santos, Psicóloga e Analista de Psicologia na área de Provisão de Serviços no Mapa do Acolhimento


Além das 5 edições do PAV, realizamos também dois encontros temáticos para falar sobre temas específicos dentro da nossa atuação. Em um desses encontros, recebemos as psicólogas Cecília Guida e Marina Silva dos Reis para uma conversa sobre a temporalidade dos atendimentos e como realizar um acolhimento humanizado sob a perspectiva de atendimento CONFAD; já no segundo encontro, a advogada Márcia Ribeiro, Mestre em Direito e Analista Jurídica na área de Provisão de Serviços do Mapa do Acolhimento, discutiu com as voluntárias sobre os desafios da advocacia feminista.

“Eu sinto que, através do Mapa, além de acolher essas mulheres, eu também sou acolhida. E essa troca mútua de apoio e carinho é o que torna essa experiência tão especial pra mim.”
- Dayane Candatten, advogada voluntária no Mapa do Acolhimento

Em nossa atuação, temos como princípio fundamental o reconhecimento da importância dos serviços públicos no enfrentamento à violência de gênero e sabemos que o fortalecimento dessa rede é indispensável para garantir um acolhimento amplo, acessível e contínuo às mulheres brasileiras. Por isso, buscamos sempre trabalhar em complementaridade, identificando demandas que precisam ser encaminhadas para a rede, dialogando, oferecendo apoio e trocando conhecimentos com os profissionais que estão na linha de frente desse atendimento nos setores da saúde, segurança pública e assistência social.

Há alguns anos, durante a pandemia, em um cenário em que a violência contra as mulheres atingiu níveis alarmantes e muitos serviços tiveram seu funcionamento limitado, fizemos uma grande mobilização para mapear os serviços públicos ainda operantes, juntamente com informações como telefone e endereço desses serviços. O resultado dessa mobilização foi a construção do Mapa de Serviços Públicos — uma ferramenta de grande utilidade tanto para sobreviventes quanto para profissionais que atuam no atendimento dessas mulheres. No último ano, fizemos uma grande atualização desse mapa, que agora conta com mais 2.500 serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres, tais como delegacias, centros de referência, defensorias, serviços da rede de saúde e assistência, espalhados por todo o Brasil, além de informações sobre os tipos de atendimento oferecidos em cada equipamento, horário de funcionamento e endereço dos serviços.

No que diz respeito à articulação com os serviços públicos da rede de enfrentamento, algo que nos traz enorme satisfação é dividir nossos aprendizados a partir da demanda dos próprios serviços. Receber o reconhecimento de profissionais que nos procuram para encaminhar mulheres, como foi o caso de duas Casas Abrigo, em São Paulo e no Ceará, e solicitar capacitações, como a que realizamos para o Conselho da Comunidade do Paraná, é, para nós, uma confirmação importante de que estamos no caminho certo.





Números
2.086
Pedidos de ajuda recebidos
3.226
Conexões realizadas
1.490
Novas advogadas e psicólogas voluntárias cadastradas
2.086
Pedidos de ajuda recebidos
1.490
Novas advogadas e psicólogas voluntárias cadastradas
3.226
Conexões realizadas

Cooperação com governos
Queremos que toda mulher que busque ajuda nos serviços públicos encontre um atendimento acolhedor, humanizado e efetivo.
Nesta área programática, prestamos assessoria técnica para governos com o objetivo de apoiar a expansão dos Organismos de Políticas para Mulheres e das políticas de treinamento para servidores públicos.
Apesar das milhares de voluntárias que se juntam à nossa rede todos os anos, compreendemos que apenas uma mudança sistêmica, que envolva diálogo e cooperação efetiva entre a sociedade civil e o Estado, será suficiente para endereçar uma questão tão complexa quanto os feminicídios no Brasil.

Ao longo dos anos, acumulamos muitos aprendizados.
Através de parcerias e acordos de cooperação técnica, compartilhamos nossos conhecimentos e ferramentas com quem tem os recursos e a capilaridade necessárias para alcançar todas as mulheres: o Estado.

Uma dessas ações conjuntas, realizadas em 2024, foi o lançamento da Chamada pelo Acolhimento, uma iniciativa que compilou teoria e prática para um acolhimento humanizado. O material foi construído em parceria com a Serenas e o Ministério das Mulheres e com financiamento da Embaixada Britânica, para servir de apoio a atendentes do Ligue 180 e a todas as pessoas que atendem mulheres em situação de violência.
O material conta com várias informações sobre a prática do acolhimento humanizado, tipos de violência, legislações que protegem as mulheres, atividades para fixação do conteúdo, dicas de autocuidado para profissionais da linha de frente e muitos outros conteúdos. Como forma de aprofundar o conhecimento sobre os temas abordados, também foram lançadas videoaulas complementares, produzidas com especialistas. E as atendentes do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher receberam uma formação presencial, em Brasília, de representantes do Mapa do Acolhimento e da Serenas.
Além da Chamada pelo Acolhimento, também participamos do eixo de Informação do projeto “Entre Nós, Candidatas”, realizado em conjunto com o Observatório Nacional de Mulheres na Política (ONMP) da Câmara dos Deputados e o De Olho Nas Urnas. Através dele, lançamos a cartilha “Cuidado e Autocuidado em saúde mental como ferramenta de enfrentamento à violência política de gênero e raça”, disponível no Portal EVC da Escola da Câmara dos Deputados, que aborda estratégias para reduzir os impactos da violência política na saúde mental de mulheres que atuam na política.
No ano de 2023, em parceria com o Instituto GENi, firmamos um acordo de cooperação com a Secretaria Estadual da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas (SEMUDH), para desenvolver o Alagoas por Elas. Este projeto incluiu a construção de um plano estadual de políticas para as mulheres e um curso de formação para gestores públicos.
Em 2024, demos continuidade ao projeto, apoiando a elaboração do curso de "Formação em Equidade de Gênero nos Municípios Alagoanos", capacitando mais de 80 gestoras e lideranças, de 15 municípios alagoanos, que trabalham em secretarias e coordenadorias de mulheres. A realização do curso foi resultado de uma escuta com os municípios para identificar as principais carências na pauta das mulheres e teve apoio do Fórum Estadual de Organismos de Políticas Públicas para as Mulheres.
Durante três meses, com aulas online e imersões presenciais, buscamos capacitar as participantes em três frentes: formação política a partir de uma perspectiva interseccional, sensibilização no tema da violência baseada em gênero e a qualificação das políticas baseadas em gênero.

CHAMADA PELO ACOLHIMENTO
“Essa parceria, com certeza, será estratégica na reconstrução e maior aperfeiçoamento dos serviços prestados pela Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180."
Denise Mota Dau, Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, do Ministério das Mulheres
ALAGOAS POR ELAS
É de extrema importância para nós, que estamos atuando na ponta em cada município, conhecermos melhor a tecnicidade jurídica e prática para averiguar melhor as políticas que podemos implementar nas nossas realidades.”
Nayara Matias, Secretária da Mulher e da Pessoa com Deficiência de Batalha-AL, sobre o "Curso de Formação em Equidade de Gênero nos Municípios Alagoanos"

mobilização
Desenvolvemos
estratégias para o fortalecimento de um tecido social em defesa da rede de serviços públicos de atendimento às mulheres.
A mobilização histórica de feministas e movimentos sociais foi o que levou à criação de políticas públicas especializadas no enfrentamento à violência contra as mulheres. Na área de Mobilização, estimulamos que a sociedade esteja envolvida na luta contra a violência de gênero para que essas políticas sejam aprimoradas e cumpram seu papel de forma efetiva.
Em 2024, para além de campanhas pontuais de mobilização social, ampliamos nossa atuação e lançamos programas de engajamento contínuo e fortalecimento da sociedade civil a respeito das políticas e serviços existentes para o enfrentamento à violência contra as mulheres.
Desenvolvemos estratégias para o fortalecimento de um tecido social em defesa da rede de serviços públicos de atendimento às mulheres.
Este ano, construímos uma comunidade de ativistas por meio do lançamento do Programa de Multiplicadoras. No primeiro ciclo, reunimos mais de 80 mulheres das regiões Norte, Nordeste e Sudeste do país, que se apropriaram das necessidades de seus territórios, promoveram ações e disseminaram conhecimento sobre o tema.
Por meio de encontros online, as Multiplicadoras participaram de formações sobre violência de gênero e a rede de enfrentamento à violência contra mulheres. Seus aprendizados foram colocados em prática através de ações, campanhas e eventos presenciais realizados nos estados da Bahia, Pernambuco e São Paulo. Ao participarem e liderarem essas iniciativas, as Multiplicadoras assumiram um papel ativo na transformação de suas realidades. Além de criar espaços seguros para o diálogo e a troca de experiências, elas fortaleceram redes de apoio e disseminaram informações sobre os direitos das mulheres e serviços públicos disponíveis.
Seguindo nosso compromisso de fortalecer o elo entre a sociedade civil e o Estado, lançamos o Todas Por Alagoas - o primeiro programa de apoio direto a coletivos de mulheres do Mapa do Acolhimento. Este projeto piloto foi estruturado para aprimorar e ampliar as ações de iniciativas feministas e comunitárias que atuam na promoção de ações de combate à violência de gênero em Alagoas.
Quatro iniciativas foram convidadas a participar, com atuação em territórios e públicos diferentes, mas com um objetivo em comum: enfrentar a violência de gênero de forma articulada, complementando os serviços públicos e fortalecendo a rede de enfrentamento à violência contra as mulheres. São elas o Coletivo Maria Bonita, o Grupo de Pesquisa Frida Kahlo, a iniciativa As Trabalhadoras Sexuais Vão à Luta e a Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais.
Com o objetivo de otimizar o impacto e garantir que as iniciativas tivessem as ferramentas necessárias para desenvolver suas atividades a longo prazo, oferecemos suporte integral e personalizado às necessidades de cada grupo. Através de assistência técnica, financiamento direto, reuniões estratégicas e capacitações, compartilhamos conhecimentos para aprimorar a execução dos projetos e promover a cooperação e integração entre os coletivos e o poder público.
O programa está sendo realizado com apoio da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas e do Instituto GENi, ampliando a parceria que se iniciou em 2022, com a assinatura do acordo para assessoria técnica na elaboração de políticas para as mulheres do estado.

TODAS POR ALAGOAS
"O programa "Todas por Alagoas" tem sido fundamental para fortalecer nossas articulações, ampliar o alcance das nossas ações e promover a troca de experiências entre as mulheres."
- Ana Moura, Presidente do Coletivo de Mulheres Maria Bonita, iniciativa integrante do programa Todas por Alagoas
PROGRAMA DE MULTIPLICADORAS
“Foi um momento empolgante em poder participar, aprender, construir em coletivo. Ver tantas mulheres juntas e dispostas a acolher outras mulheres é inspirador e potente.”
- Débora Mariana, participante do primeiro ciclo do Programa de Multiplicadoras

INSTITUCIONAL
2024 foi o nosso primeiro ano completo como organização independente.
Foi um ano de firmar as raízes e expandir o trabalho do Mapa do Acolhimento. Este período foi marcado por avanços significativos em nossa estrutura, como a ampliação de nossa equipe e a construção e consolidação de políticas e processos internos. Esse desenvolvimento viabilizou maior eficiência em todas as áreas da organização e garantiu um ambiente de trabalho alinhado aos valores que defendemos, tanto externa quanto internamente.
Um dos princípios que guiam a nossa atuação é a colaboração. Acreditamos que a ação coletiva é uma ferramenta poderosa para ampliar o nosso impacto. Nesse sentido, tivemos a oportunidade de consolidar diversas parcerias estratégicas no último ano.
Tivemos também a oportunidade de participar ativamente de diversos espaços estratégicos de discussão e articulação, como o Ecosystem Meetup, organizado pela Societal Thinking, organização parceira que tem nos ajudado na criação de soluções sustentáveis e escaláveis para enfrentar problemas crescentes como os feminicídios no contexto brasileiro. No evento, que aconteceu em Bengaluru, na Índia, tivemos a oportunidade de trocar experiências, fazer conexões com outras lideranças e apresentar a teoria de mudança do Mapa do Acolhimento juntamente com os desafios para escalabilidade.
Outra participação que merece destaque foi no Fórum da Sexual Violence Research Initiative (SVRI) 2024, na Cidade do Cabo, África do Sul. O Fórum é um dos principais espaços globais para a troca de conhecimentos entre pesquisadores, profissionais e ativistas, e nossa participação reforçou o compromisso do Mapa do Acolhimento em contribuir para soluções globais e trazer aprendizados para nossa realidade local. Junto ao Instituto AzMina e à Serenas, formamos uma coalizão feminista que se articulou para compartilhar com o mundo as nossas experiências, desafios e aprendizados no enfrentamento à violência baseada em gênero no Brasil.
O Mapa também pôde compor parte da programação oficial do SVRI Fórum na mesa “Online responses”, onde foram divulgadas inovações digitais que estão ajudando a combater a violência de gênero. Apresentamos ao mundo a IAna, desenvolvida em 2023 e finalmente implementada em nossa atuação este ano. Construída para tirar dúvidas e apoiar nossas voluntárias durante seu processo de capacitação, a IAna é uma inteligência artificial que funciona em formato de chatbot. Essa tecnologia utiliza como base de dados a experiência prática da nossa equipe, seu conhecimento acadêmico e o feedback das voluntárias, para fornecer orientações úteis e informações qualificadas sobre a rede de enfrentamento a violência de gênero a quem está na linha de frente no atendimento às mulheres.
No 15º Fórum Internacional da AWID, em Bangkok, Tailândia, também nos unimos a organizações brasileiras para fortalecer nossa atuação em rede. Dessa vez, além do Instituto AzMina, também se juntaram a nós o Nem Presa Nem Morta, Instituto Marielle Franco e Fundo Agbara. Dividimos desafios, ideias e saímos de lá ainda mais fortalecidas. Foi uma experiência que nos mostrou a potência da união e da solidariedade feminista.

2024 foi, acima de tudo, um ano de consolidação e expansão.
Cada parceria, cada evento e cada iniciativa reforçam nosso compromisso com a construção de um mundo mais justo e seguro para as mulheres. Seguimos impulsionadas pela força coletiva de milhares de mulheres que acreditam na potência do acolhimento e na urgência de enfrentar a violência de gênero. E é com essa energia que seguimos adiante, dispostas a enfrentar os desafios de 2025.






Participação em Eventos e Conferências

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Encontro e seleção para representar o Brasil no programa da Initiative Marianne para Defensores de Direitos Humanos, na França.

Participação no Ecossystem Meetup, encontro do Centre For Exponential Change, na Índia.

Apresentação no I Seminário da Mulher Sete-lagoana e Região, em Sete Lagoas/MG.

Palestra sobre Violência de Gênero para a KINEA, em São Paulo-SP.

Participação no I Fórum da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica de Lavras, em Lavras-MG.

Formação em Equidade de Gênero nos Municípios Alagoanos, em Maceió-AL.

Formação online das Promotoras Legais Populares, do Geledés.

Evento online de lançamento da Chamada Pelo Acolhimento.

Participação no 17ª edição do Festival ABCR, da Associação Brasileira de Captadores de Recursos, em São Paulo-SP.

Apresentação no 13º Seminário Internacional Fazendo Gênero, no Campus da UFSC, em Florianópolis-SC.

Palestra no evento Conectadas em Rede, no Rio de Janeiro-RJ.

Formação e roda de conversa na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), em São Paulo-SP.

Seleção para o programa do Obama Foundation Scholars.

Participação em episódio do podcast Pamitê, do Instituto Maria da Penha.

Participação no encontro do Co-Impact, em São Paulo-SP.

Apresentação no SVRI Fórum 2024, na África do Sul.

Participação no Encontro do Centre for Exponential Change, em São Paulo-SP.

Participação no Encontro para o Fortalecimento de Mulheres na Política, no Rio de Janeiro-RJ.

Participação no 15º AWID International Forum, na Tailândia.

Participação no The Well, evento da New Profit, nos Estados Unidos.

Participação no Workshop “Cuidado em Saúde Mental para Mulheres na Política”, em Brasília-DF.

Participação no Jornada Mulheres sem Medo de Mudar, do Instituto E se fosse você?, em Brasília-DF.

Capacitação online na Semana da Justiça pela Paz em Casa.

Participação no XIV Encontro Nacional da Comissão Permanente de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (COPEVID), em São Paulo-SP.

conclusão
Tudo o que fazemos é fruto da sede de mudança de todas as mulheres que acreditam na força desse trabalho.
Por isso, agradecemos profundamente a todas as voluntárias, parceiras, apoiadoras e colaboradoras que tornaram esse ano possível. Às mulheres que confiaram no nosso trabalho para ajudá-las a viver uma vida sem violência; às psicólogas e advogadas que dedicam seu tempo e expertise para acolher; às organizações e governos que caminharam conosco; e a cada pessoa que acredita e apoia nossa causa. Vocês são a força que nos move e a razão de tudo o que construímos!
Mas ainda há muito a ser feito. A violência contra as mulheres continua a ser uma realidade alarmante, e precisamos da sua ajuda para seguir adiante. Seu apoio é fundamental para que possamos ampliar nosso alcance, aprimorar nossos serviços e garantir que nenhuma mulher fique sozinha.
Para saber mais sobre o impacto do seu apoio, conheça a história de Grazi e Paula. No vídeo abaixo, elas compartilham suas histórias e como o acolhimento foi uma experiência transformadora em suas vidas.



O Mapa do Acolhimento só existe porque não estamos sozinhas.
Nosso trabalho só é possível graças à contribuição de instituições e pessoas que, assim como nós, acreditam que é possível vivermos em um Brasil sem feminicídios.
Este relatório faz parte do nosso compromisso com a transparência, junto a outros documentos de auditoria e balancete que estão disponíveis em nosso site. Cada recurso investido em nosso trabalho é gerido com responsabilidade, garantindo integridade e clareza aos nossos apoiadores em cada etapa do processo.
Ao contribuir para o trabalho do Mapa do Acolhimento, você permite que nossa equipe continue se especializando e esteja continuamente dedicada a aprimorar a experiência de acolhimento a cada uma das brasileiras impactadas pela nossa atuação.
